Encantos da Literatura Coreana: 10 Livros Imperdíveis
Descubra os Encantos da Literatura Coreana: 10 Livros Imperdíveis
Livros escritos por autores diferentes da nossa cultura, vivência e forma de pensar podem nos fazer abrir a cabeça para novas formas de ver o mundo. E são a alternativa mais fácil de entrarmos na narrativa de uma pessoa que mora do outro lado do mundo, vendo as coisas aconteceram ao seu modo ver, sentindo tudo como se fossemos a própria pessoa. E é isso que torna os livros tão mágicos: em um simples folhear de páginas, somos outras pessoas.
Agora sabemos que a cultura oriental, em especial a coreana, está em alta. E isso é ótimo, já que estávamos um pouco cansados de ver filmes, livros, músicas ditados por vieses ocidentais. Ansiamos por algo mais diferente e por nos aproximarmos de um mundo que tem diferentes percepções e histórias.
Ou se você, assim como eu, é um oriental em meio ao mundo ocidental, deve ficar aliviado porque um pouco do seu mundo familiar, está se tornando familiar para outras pessoas também.
E é por isso que trouxemos aqui alguns livros coreanos que podem fazer você se apaixonar por livros asiáticos. Eu me apaixonei, então esperamos que vocês também possam experimentar um pouco desse sentimento também!
Mergulhe em histórias emocionantes que combinam tradições culturais ricas, reflexões profundas e temas universais, revelando o poder e a singularidade da literatura coreana.
1. Kim Jiyoung, nascida em 1982 – Cho Nam-Joo
Esse é um livro supreendentemente de fácil leitura e com um texto bem fluido, você consegue ler ele inteiro em uma só sentada. A obra traz a história de Kim Jiyoung, uma mulher comum, cujas experiências refletem as lutas de muitas mulheres em sociedades patriarcais.
Um ícone da literatura contemporânea aborda temas como o machismo e as desigualdades de gênero na Coreia do Sul. Publicado em 2016, o livro gerou intensos debates sociais, expondo a discriminação estrutural enfrentada por mulheres em diferentes esferas da vida cotidiana. A obra tornou-se um símbolo do movimento feminista no país, inspirando discussões sobre igualdade e mudanças culturais.
Vale a pena ler para ver que discussões assim são, infelizmente, comuns em mais lugares do que gostaríamos.
O romance “A Vegetariana”, de Han Kang, apresenta uma narrativa muito poderosa que equilibra forma e conteúdo de forma surpreendente. A história aborda como o machismo impacta as mulheres física e emocionalmente, mergulhando o leitor em um universo onde a negação da vontade própria pode levar à anulação existencial.
A protagonista, Yeonghye, é uma mulher aparentemente comum, vivendo dentro das expectativas tradicionais de gênero na Coreia do Sul, até que um pesadelo confuso e lúdico a leva a abandonar o consumo de carne. Esse simples ato de rebeldia desencadeia um caos na dinâmica familiar, expondo tensões profundas e estruturas opressivas retratadas com detalhes no livro. Dividido em três atos, o livro oferece diferentes perspectivas narrativas — do marido, do cunhado e da irmã — que ampliam a compreensão sobre as camadas de opressão e as reações à resistência.
A obra é um retrato contundente de como a negação da liberdade individual, especialmente em sociedades patriarcais, pode ser sufocante. Han Kang explora com maestria temas universais, como a luta pela autonomia e oferecendo uma experiência literária densa, envolvente e única.
O livro, em algum momento, pode parecer um pouco confuso, mas recomendamos ler algumas criticas sobre após finalizar a leitura. Tudo ficará mais claro e a admiração pelo livro só aumenta. E é por isso que clubes de livros estão tão em alta, nada mais rico que trocar ideias sobre os livros que lemos, não é?
Pachinko, de Min Jin Lee, é uma narrativa envolvente que usa o popular jogo de azar japonês como metáfora para as vidas incertas e desafiadoras dos personagens. A trama acompanha Sunja, uma jovem coreana cuja vida muda ao recusar ser amante de um homem casado e membro da yakuza, optando por uma jornada de resiliência para proteger sua família.
A história atravessa períodos históricos marcantes, como a ocupação japonesa e as grandes guerras, abordando temas de pobreza, migração e luta pela sobrevivência. Mesmo com o foco em outros personagens ao longo da narrativa, Sunja permanece como o centro emocional da obra, refletindo escolhas e arrependimentos ao longo de sua vida.
Com uma abordagem delicada e rica em detalhes, o livro destaca o poder do amor familiar e a força dos laços humanos. “Pachinko” é uma experiência emocional profunda, deixando uma impressão duradoura no leitor, até porque esse livro é longuíssimo e riquíssimo em detalhes que posso afirmar, vale cada minuto de leitura.
Ah, na Apple TV tem um seriado inspirado nesse livro. Nunca assisti, mas quem sabe é bom também?
Você precisa ler Atos Humanos, do Han Kang. É uma leitura intensa, mas incrivelmente necessária. O livro é centrado no massacre de Gwangju, em 1980, na Coreia do Sul, e traz uma narrativa que alterna perspectivas de diferentes personagens, desde uma mãe em luto até um ativista político. Cada história te faz sentir o impacto brutal da repressão e, ao mesmo tempo, a resistência humana diante de tanta dor.
O que mais me marcou é como o Han Kang transforma a violência e a perda em uma reflexão profunda sobre dignidade e memória coletiva. Não é só sobre um evento histórico — é sobre a humanidade em si, a luta contra a opressão e o que resta quando tudo parece desmoronar.
Prepare-se para uma leitura que vai te deixar reflexivo por dias. É brutalmente honesto, mas também incrivelmente poético. Não é à toa que Han Kang recebeu o Nobel de Literatura em 2024 — ele merece toda essa aclamação. Você vai terminar Atos Humanos com o coração apertado, mas com uma nova perspectiva sobre o poder da empatia e da memória.
5. Por favor, cuide da mamãe – Shin Kyung-Sook
É uma história tão simples e, ao mesmo tempo, tão devastadora. Tudo começa quando uma mãe desaparece na movimentada estação de trem em Seul, e a busca por ela acaba se tornando uma jornada emocional para toda a família.
O mais impressionante é como a narrativa vai alternando os pontos de vista de cada membro da família — os filhos, o marido — e aos poucos você vai percebendo o quanto a figura dessa mãe foi invisível para eles durante toda a vida. Cada página é um lembrete poderoso de como a gente, às vezes, só valoriza alguém quando já é tarde demais.
O jeito que a Shin Kyung-Sook escreve é tão íntimo e sensível que parece que ela está conversando diretamente com você. É impossível não se emocionar e, ao mesmo tempo, não se questionar sobre como tratamos as pessoas que mais importam para nós. Prepare os lencinhos, porque esse livro vai te desmontar e te fazer repensar tudo sobre família e amor
É um daqueles livros que te pegam pela simplicidade, mas te deixam pensando por dias. Pode parecer um livro um tanto quanto infantil, pela linguagem ou por trazer a histórias de duas crianças – mas é aí que você se engana. Esse livro ensina e ensina muito.
A história é sobre o Yunjae, um garoto que nasceu com alexitimia, uma condição que dificulta sentir e expressar emoções. Só que, apesar disso, a narrativa não é nada fria — pelo contrário, é absurdamente tocante.
O Yunjae tem uma vida tranquila até que uma tragédia vira tudo de cabeça para baixo. O livro segue a jornada dele tentando entender o mundo e, de algum jeito, se conectar com as pessoas ao redor. E vou te dizer: a forma como a Won-pyung Sohn escreve faz você entrar completamente na cabeça do Yunjae. É fascinante e comovente ao mesmo tempo.
O que mais me marcou foi como a história celebra a empatia e a capacidade humana de superar desafios emocionais, mesmo quando tudo parece perdido. É um livro rápido de ler, mas com uma profundidade enorme. Te garanto, você vai terminar Amêndoa com o coração quentinho e uma nova perspectiva sobre o que realmente significa se conectar com os outros
7. O bom filho – You-jeong Jeong
É um thriller psicológico daqueles que te deixam sem fôlego e, ao mesmo tempo, completamente intrigado. A história começa com o Yu-jin, um jovem que acorda em casa cheio de sangue, sem lembrar de nada do que aconteceu na noite anterior. E aí começa a montanha-russa: o livro é todo narrado pela perspectiva dele, o que te faz questionar o tempo todo o que é verdade e o que é mentira.
A escrita da You-jeong Jeong é brilhante — ela vai te dando pistas aos poucos, criando uma tensão quase insuportável. E o mais perturbador é que, conforme você descobre mais sobre a vida do Yu-jin, sua relação com a mãe e os segredos sombrios da família, fica impossível largar o livro.
Se você gosta de histórias que mexem com sua cabeça e te fazem refletir sobre a natureza humana, O Bom Filho é perfeito. É sombrio, inteligente e cheio de reviravoltas. Terminei com um misto de fascínio e arrepios. Você não vai se arrepender
8. Como tigres na neve – Juhea Kim
é uma daquelas histórias que você não consegue parar de pensar depois de virar a última página. Se você está procurando algo profundamente emocionante e que mergulha no que significa ser mulher, migrante e parte de uma cultura complexa, você vai adorar esse livro.
A narrativa segue a vida de uma jovem coreana chamada Seol, enquanto ela navega pela turbulenta experiência de ser imigrante nos Estados Unidos. O livro oferece um retrato sensível das dificuldades e dos pequenos momentos de beleza na vida de alguém que vive entre duas culturas, e é fascinante ver o desenvolvimento da personagem, sua busca por identidade e o impacto de sua relação com a mãe. Kim consegue criar um ambiente que mistura o tradicional e o moderno de maneira delicada, e os conflitos internos de Seol são tão reais que você se pega refletindo sobre eles.
A escrita de Juhea Kim é poética e profunda, com uma narrativa que flui de forma envolvente, com momentos de tensão e reflexão. Eu realmente recomendo para quem gosta de histórias de amadurecimento, com uma camada extra de complexidade social e cultural. Esse é aquele tipo de livro que, depois de ler, você sente que aprendeu algo sobre o mundo e sobre si mesmo.
Se você estiver em busca de algo que provoque reflexão e ao mesmo tempo tenha uma rica trama de personagens, “Como Tigres na Neve” vai ser uma leitura incrível.
9. Herdeiras do mar – Mary Lynn Brach
Esse é um daqueles livros que prende sua atenção desde a primeira página e não te deixa ir embora até o final. Se você gosta de histórias intensas, com personagens fortes e um pano de fundo histórico fascinante, eu definitivamente recomendo essa leitura.
A trama se passa no início do século XX e segue a vida de mulheres corajosas que vivem no litoral, entrelaçando suas histórias com o mar e os desafios da vida. As protagonistas são mulheres que enfrentam suas próprias batalhas, seja pela sobrevivência, pela busca de liberdade ou pelo amor proibido. A autora consegue capturar a essência da época com uma escrita vívida e envolvente, trazendo à tona os desafios das mulheres em um mundo cheio de convenções e obstáculos sociais.
O que mais me impressionou foi como a autora equilibra momentos de grande tensão com passagens mais poéticas, criando uma atmosfera que faz você se sentir imerso na história. As personagens são complexas e cheias de nuances, e o contexto histórico é bem pesquisado, o que adiciona uma camada extra de profundidade à narrativa.
Se você curte livros que misturam drama, romance e um cenário histórico interessante, com personagens que são verdadeiramente inspiradoras, “Herdeiras do Mar” vai ser uma leitura que você não vai querer largar. Cada página é uma nova descoberta, e você acaba se sentindo parte dessa história cheia de luta, paixão e esperança. Gostei tanto desse livro que, depois de devorar ele no kindle, tive que comprar a versão física para ter comigo e me lembrar sempre!
10. Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki – Baek Sehee
Por que ler literatura coreana?
Além de oferecer uma visão única sobre temas universais, esses livros proporcionam um mergulho nas particularidades culturais, históricas e sociais da Coreia do Sul. Cada história é uma oportunidade de conectar-se com experiências humanas diversas e enriquecedoras.
Pronto para embarcar nessa jornada literária? Escolha um título da lista e deixe-se envolver pela magia da literatura coreana!
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